
Até escrever este texto não tinha pensado nisto porque aquilo que somos hoje, foi seguramente moldado desde cedo e continuará a ser moldado com o nosso crescimento…
Não quero com isto negar a minha condição que me faz diferente, mas ao longo dos anos aprendi que ela embora me dê muitos ensinamentos e teste a minha paciência diariamente, não deve ser impedimento nem medo para fazer o que quer que seja!
Sofri e sofro na pele, dores físicas dores de alma (muitas vezes provocadas pela indiferença dos outros) e preconceito feroz “que não mata, mas mói”.
Ainda assim e apesar de as vezes ser difícil e de muitas feridas demorarem mais tempo a cicatrizar, tenho de continuar.
Proponho-me a viver a vida de forma aventureira e com tudo o que veio incluído no “contrato”
Há momentos para tudo.
Para sair com os amigos (apesar das dores físicas), para ser caloira com tudo a que tenho direito de chorar perdidamente e ter vontade de desistir.
A sociedade tenta cortar-me as asas vezes de mais… só pelo simples facto de ter uma cadeira de rodas que são a extensão do meu corpo desengonçado e fazem-me chegar mais longe.
John R. Tolkien (autor de “Hobbit”, e “Senhor dos Anéis”), dizia que “Onde não falta vontade existe sempre um caminho”.
E é nesse caminho de vontade que sigo sempre disposta a sorrir perante as adversidades da vida, e olhem que são muitas!
A família tem um papel sempre muito importante neste meu caminho de esperança, vontade e persistência, são eles que nunca me vão deixar de lembrar que tenho que sorrir, especialmente pela sorte que tenho em ser como sou!
A diferença e a Paralisia cerebral, para mim são apenas uma forma distinta de viver a vida todos os dias da minha existência.