Num compasso de espera..

Os dias já estavam pesados e as emoções ao rubro e agora o universo decidiu que a vida de uma pessoa que tanto gosto (e que tanta paciência tem para me ouvir) tinha de dar uma reviravolta. O “nosso” Pedro que trabalha na empresa da minha mãe desde que me conheço, “pregou-nos um susto” e eu só peço a todas as forças do universo que lhe deem força para esta nova jornada

Ele nunca gostou de aparecer por aqui, mas desde o início é ele que concebe toda a imagem gráfica deste “Aos Olhos da Rita”. Nunca lhe digo o que quero, ele faz e desenvolve as imagens com a sua intuição de quem me conhece mesmo muito bem. 

Sabem aquelas pessoas com quem trabalhamos uma vida inteira, mas muito antes de serem colaboradores de uma empresa são parte da nossa família? O Pedro para nós é isso. Deu-me colo desde sempre e brincamos muito, entre edição de programas e vídeos dos mil e um projetos que a Ideias já teve. 

Ele é uma das pessoas que mais motivação me dá para continuar na área do audiovisual. É também o que entre edições tem a paciência e a amabilidade para aturar as minhas crises existenciais. E sobretudo aquele que desde o início do meu percurso académico me ensina “como se faz” na prática.

A m*** da vida é irónica. 

Sempre lidei bem com a minha condição. Com mais ou menos quedas sigo sempre porque já sei o que espero da vida e tudo o que ela terá ainda para me dar, por isso mesmo dava tudo para não ver o meu “amigo família” nesta situação. Não porque ache que ele não é capaz, mas por perceber que “uma corda suspensa no ar” para quem nunca a conheceu nem a percorreu uma vez que fosse na vida, é dura, causa dor, muito desanimo e é demasiado difícil descrever um corpo com vida própria.

Os meus pais dizem que estão “debaixo de água”, uma forma simpática de dizer que só apetece chorar e espernear, pois a alma e o motor da empresa é o Pedro e de repente está tudo de pernas para o ar, a vida do pedro sobretudo e a nossa que não sabíamos como era comandar um barco sem o seu motor. 

Há uns tempos, confidenciava-lhe que não sabia se queria continuar este caminho de dar o meu exemplo aos outros. Simplesmente porque já existem muitas pessoas a fazer isso bem, e depois porque sentia que não dedicava tempo suficiente ao meu projeto.

E ele logo “Ó Rita tu que tens tanta gente que te segue, que te escreve mensagens a dizer que és um exemplo para elas vais desistir? Tu é que sabes, mas acho que tens feito um trabalho muito válido e diferenciador até aqui!”

Daqui para a frente, espero ser a inspiração. Se não for por mais ninguém que seja por ele, pela vida consideravelmente diferente, que terá daqui para frente, mas sobretudo pelo seu sorriso terno e contagiante.

Como acredito que tudo é possível dedico-lhe esta frase que em tempos ele me dedicou a mim “A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável. (Gandhi)”

Pedro, bora para a luta que isto sem ti não é a mesma coisa.

Prometo mostrar te que mesmo depois de uma grande tormenta a vida continua a ser bonita. Por acreditar em ti e na tua alegria sei que vais conseguir tudo com força e resistência estou contigo sobre rodas e com um grande sorriso, com vontade de te dar a mão e apoiar-te nesta nova jornada, complexa mas com um propósito maior do que todo